Fernando Haddad, João Santana e Lula, no intervalo de uma gravação para TV
'Lula é o melhor para governo paulista em 2014', diz marqueteiro
João Santana
Mais político e engajado do que nunca esteve, o marqueteiro
preferido pelo PT desde 2006, João Santana, declara que o melhor nome do
partido para disputar o governo de São Paulo é o do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
"É uma pena o nosso candidato imbatível,
Lula, não aceitar nem pensar nesta ideia de concorrer a governador de São
Paulo. Você já imaginou uma chapa com Lula para governador tendo Gabriel
Chalita, do PMDB, como candidato a vice?", disse Santana, em tom irônico,
numa longa entrevista à Folha.
Para o marqueteiro, a presidente Dilma
Rousseff será reeleita em 2014 já no primeiro turno -- se ocorrer, será algo
inédito para um petista em disputas pelo Planalto.
Sobre o prefeito eleito de São Paulo, Fernando
Haddad, faz uma previsão: "Tem tudo para ser presidente da República, em
2022 ou 2026". Antes disso, talvez seja a vez de Eduardo Campos, do PSB.
Na conversa, o marqueteiro de 59 anos relatou
como foi a calibragem da estratégia que deu ao PT a Prefeitura de São Paulo
neste ano. Não podia atacar os outros candidatos no início da campanha, pois
Haddad "não tinha musculatura para bater nem para herdar eleitores"
de adversários.
Em anos passados, Santana falava com um certo
distanciamento do petismo. Hoje, assume-se mais como um profissional engajado
com a causa partidária. "Por ter muita afinidade com o PT e esse campo
político, eu acho muito difícil, eu diria impossível, fazer uma campanha
presidencial para o PSDB", diz. Fica à vontade para criticar as outras
legendas.
"Há um processo de desgaste e de
deterioração política do PSDB. Viraram uma versão anacrônica da UDN:
denuncistas e falsos moralistas. Pode acontecer ao PSDB o que aconteceu ao DEM.
O DEM está sendo engolido pelo PSD, de [Gilberto] Kassab. Se não se renovar, o
PSDB pode ser engolido pelo PSB, de Eduardo Campos."
Responsável pelo marketing na reeleição de
Luiz Inácio Lula da Silva (em 2006) e na eleição de Dilma (2010), Santana trata
a oposição com um certo desdém: "Se a eleição fosse hoje, novembro de
2012, Dilma ganharia no primeiro turno. Se fossem candidatos de oposição Aécio
Neves e Eduardo Campos não teriam, somados, 10% dos votos".
É cético até com o movimento que na internet
fala em lançar o atual presidente do STF, Joaquim Barbosa, para o Planalto.
"É uma pessoa inteligente e saberá tomar a decisão certa. Caso se
candidatasse [a presidente] poderia ter um final de carreira melancólico. Não
se elegeria, faria uma campanha ruim e teria uma votação pouco
expressiva".
A propósito do STF e do julgamento do
mensalão, diz se sentir "no dever" de fazer uma observação aos
ministros da mais alta Corte de Justiça do Brasil: "O julgamento do
mensalão levou ao paroxismo a teatralização de um dos Poderes da República. O
excesso midiático intoxica. É um veneno. Se os ministros não se precaverem,
eles podem ser vítimas desse excesso midiático no futuro. E com prejuízos à
instituição. O ego humano é um monstro perigoso, incontrolável. O mensalão é o
maior reality show da história jurídica não do Brasil, mas talvez do
planeta".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.